31 de dezembro de 2010

Resoluções (fáceis de seguir) para o Novo Ano

É fácil pensar em todas as grandes alterações que vamos fazer no novo ano à medida que nos aproximamos do final deste 2010 mas por volta da segunda semana de Janeiro a maioria de nós já consegue encontrar desculpas para faltar ao ginásio.

Para que não caia nessa armadilha, eis algumas resoluções de Ano Novo tão fáceis que nenhum de nós terá desculpa para não as manter e que, ainda melhor, nos vão ajudar a poupar dinheiro, reduzir a nossa pegada ecológica e melhorar a Terra como um todo.

1. Combater a desflorestação a partir da cozinha

Provavelmente não compra óleo de palma por si só com grande frequência mas quase todas as prateleiras da sua cozinha o têm, sob a forma de alimentos embalados. O óleo de palma é um dos maiores contribuidores para o aquecimento global devido à maciça desflorestação que origina a sua produção. A destruição das florestas tropicais indonésias representa a libertação de dióxido de carbono do solo para o ar mas também a destruição do sumidouro de carbono que as árvores representam, para além do desaparecimento do habitat de animais ameaçados como o orangotango. A produção de carne de vaca no Brasil está a ter o mesmo efeito na Amazónia, logo prestar atenção à composição e origem dos produtos embalados pode fazer a diferença.

2. Plantar uma árvore

Uma resolução óbvia, não só amortiza parte da nossa pegada ecológica como combate a desflorestação noutros locais, traz algo de verde ao nosso bairro. Junte família, amigos e vizinhos e organize um pequeno evento com a ajuda das crianças, será pedagógico e muito divertido. 

3. Comprar menos tralha

Decida comprar e consumir menos, mesmo produtos verdes. Se decidir comprar, seja o que for, tenha atenção à origem e composição, de modo a tomar decisões acertadas: comprar uma jóia de ouro, por exemplo, provavelmente está a promover a destruição da floresta tropical brasileira. 

4. Não comprar água engarrafada

Troque o hábito de comprar água engarrafada por um jarro filtrador em casa e ajudará a reduzir os 1,5 milhões de barris de petróleo usados para fazer garrafas plásticas para água todos os anos. Obtenha uma garrafa reutilizável para a sua água e ainda terá um bónus de €1400 ao final do ano por ter removido a água engarrafada do carrinho de compras.

5. Aderir à factura electrónica

Transfira as suas facturas mensais de carta para electrónica pois mesmo que as imprima em casa irá eliminar a pegada ecológica associada ao correio e vai reduzir o papel da publicidade e envelope.

6. Usar sacos reutilizáveis

Com mais de um milhão de sacos de plástico a acabarem no lixo a cada minuto que passa, usar sacos reutilizáveis é uma das forma mais simples e eficazes de reduzir a sua pegada ecológica, o mais complicado é não nos esquecermos de o levar connosco.

7. Adoptar um animal de estimação

Especialmente se já tem ideia de trazer um novo amigo para casa, porque não tentar a adopção. Muitos milhares de animais são abatidos nos canis e gatis municipais todos os anos, ao mesmo tempo que as quintas de criação que fornecem as lojas de animais criam os animais em condições cruéis e pouco saudáveis. 

8. Reduzir utilização de toalhas de papel

Se tem tendência para agarrar uma toalha de papel para tudo, invista em panos de cozinha e guardanapos de pano: são laváveis, só os compramos uma vez e eliminamos 3 mil toneladas de toalhas de papel que acabam nos aterros sanitários todos os dias.

9. Usar a bicicleta para percursos curtos

Exige um certo grau de compromisso abdicar completamente do carro mas mesmo os que não estão em grande forma podem usar a bicicleta em percursos curtos, como para ir comprar o jornal ou comer um gelado no Verão. Usar a bicicleta em percursos inferiores a 2 Km reduz significativamente a pegada ecológica, poupa dinheiro em gasolina e manutenção do carro e aumenta a saúde.

10. Comprar no comércio local

Ir à feira local parece uma óptima ideia até chegar a sábado de manhã e não apetecer sair da cama cedo para lutar pelos morangos mais maduros. Em vez disso, pode sempre ir à mercearia local ou juntar-se ao clube de agricultores da zona para receber uma caixa dos produtos mais frescos todas as semanas, que podem ser entregues directamente à sua porta.

11. Tornar-se vegetariano de fim de semana

Cortar a carne da sua dieta por completo é complicado mas e se for apenas durante dois dias por semana? Basta isso para reduzir a sua pegada ecológica num terço de tonelada e pode ser uma forma divertida de descobrir novos sabores.

12. Eliminar consumos fantasma

Basta um segundo para desligar o carregador do telemóvel ou mp3 mas se a preguiça é ainda maior, então deixe que outros o façam por si. Há extensões eléctricas com um botão que cortam a energia a todos os aparelhos a elas ligados, bem como temporizadores que desligam TVs, DVDs e consolas automaticamente à noite ou carregadores que desligam quando a bateria está completa. Sem levantar um dedo, estará assim a poupar 10% no seu consumo energético anual.

13. Substituir as lâmpadas de incandescência

Substituir as lâmpadas incandescentes por lâmpadas fluorescentes compactas pode ser a suprema mudança a fazer no novo ano. Apesar de todas as piadas, basta uma pessoa para mudar uma lâmpada e como as LFC duram mais que as tradicionais, além de poupar tempo irá poupar o consumo energético até 80%.

28 de dezembro de 2010

Feliz Ano Novo!

25 de dezembro de 2010

Feliz Natal


Sic Xmas Tree, upload feito originalmente por simbiotica.org.

A equipa do PPES deseja a todos um Natal pleno de saúde, alegria e paz.

20 de dezembro de 2010

Idade Interior

Nesta época festiva, famosa pelos excessos e pelos pecados mais ou menos assumidos, fica a ligação para um sítio brasileiro que nos permite avaliar a nossa idade interior.
Através de uma série de perguntas simples sobre alimentação, saúde e estilo de vida, entre outras, é avaliado o peso que os nossos comportamentos têm sobre a nossa idade interior, ou seja, a forma como afectam a nossa saúde e encurtam a nossa vida.
A introdução é feita pelo Arlindo, com 50 anos mas com carinha de bebé, seguida das várias questões a que se responde seleccionando opções. Mostrando que o Arlindo está a par da modernidade, após descobrir a sua idade interior pode partilhá-la Twittter, Facebook e Orkut.
Graficamente interessante e muito simples de utilizar, este sítio deixa-nos não só com a estimativa de quantos anos estamos a arriscar perder (ou ganhar) mas também com pequenas dicas para corrigir comportamentos menos adequados que tenha detectado.
Experimentem em http://www.idadeinterior.com.br e divirtam-se!

16 de dezembro de 2010

Workshop "Falar sobre sexualidade"

Caros amigos,
o PPES e o Centro de Recursos da ESA têm o prazer de confirmar a realização do primeiro workshop para professores com o tema Falar sobre sexualidade para amanhã, dia 17 de Dezembro de 2010.
A formação será dinamizada pela associação de psicólogos especializados Mundo Brilhante e terá a duração de 4 horas. O objectivo é capacitar os professores para trabalhar as temáticas da Educação Sexual em sala de aula, independentemente da sua área de formação.
Devida à elevada adesão por parte dos colegas a esta proposta foi necessário realizar uma selecção para este primeiro workshop, tendo sido critério de preferência o facto de o/a professor/a ser director de turma.
O PPES aproveita para esclarecer a razão da calendarização desta actividade, sendo óbvio que o momento não é o ideal para os directores de turma: a entidade que vem dinamizar o workshop tem sido muito requisitada e se não os recebessemos agora, apenas teriam vaga a 27 de Abril, o que foi considerado demasiado tardio para que se tirasse o devido partido desta formação.
Obrigado a todos pelo interesse e até sexta!

15 de dezembro de 2010

Violência no namoro

Decorreu hoje no Auditório da Escola Secundária de Amora mais uma palestra organizada pelo PPES, em colaboração com a psicóloga Andreia Santos, no âmbito da Educação Sexual.
Desta vez o tema foi a violência no namoro, infelizmente uma questão que está cada vez mais na ordem do dia.
De forma interactiva e apelando mais uma vez à participação dos alunos das três turmas do 9º ano presentes, a psicóloga Andreia Santos debateu causas, consequências e formas de reagir perante a violência no namoro. Para esta troca de ideias foram fundamentais dois curtos filmes: Pisar o Risco e Malmequer (que partilhamos convosco ao final desta entrada).
Muitos continuam a considerar a violência nas relações íntimas uma situação que surge com o casamento mas os mais novos provam o contrário, as agressões começam frequentemente na adolescência e incluem insultos, ameaças e mesmo bofetadas e pontapés, o que constitui um sério alerta de risco para a violência marital. Outro cliché que importa desmontar, é que apenas as classes menos favorecidas e as mulheres são vítimas desta situação, ainda que não haja dúvida sobre o predomínio do sexo feminino na contabilidade das vítimas.
25% dos jovens reconhecem que já foram vítimas de violência no namoro e o maior problema é que a maioria encara com normalidade a situação pois encontram justificações para violência em situações específicas, como os ciúmes ou a infidelidade: “Só fez aquilo porque estava descontrolado/a, perdeu a cabeça” ou “tem medo de a/o perder” são afirmações recorrentes e a violência sexual no namoro nem sequer é reconhecida como tal.
Claro que a agressividade não surge do nada: vivemos num mundo onde é muito mais normal resolver-se os conflitos ao murro e ao pontapé do que pelo diálogo. “Vários estudos internacionais sugerem que a proveniência de uma família já de si violenta é de facto um factor de risco”, confirma Carla Machado, investigadora da Universidade do Minho que estudou o tema em Portugal. “Contudo, não quer dizer que todos os jovens que vivenciaram essa situação se tornem violentos, há vários factores de possível compensação dessa influência.”

Apesar do muito que se progrediu em termos de condição feminina, as raparigas ainda são educadas para idealizar o amor. No entanto, uma das grandes diferenças entre a violência nas relações adultas e nos adolescentes é que as raparigas mais novas também são agressivas nas suas relações amorosas. “Isto não é só uma agressão da qual são vítimas”, faz notar Carla Machado. “Mas é verdade que as raparigas parecem acreditar mais que o ‘verdadeiro amor’ sobrevive a tudo e que vão ser capazes de mudar um parceiro abusivo. Claro que isto as pode levar a tolerar, desculpar e permanecer mais tempo em relações abusivas.”
“Há uma elevada violência contra as mulheres adultas, mas entre os adolescentes esta é biunívoca, ou seja, são agressivos uns com os outros”, confirma Maria Neto Leitão, professora na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra e coordenadora do projecto Usar e Ser Laço Branco. “Se eu já sentia, da minha experiência, que a violência tinha um enorme peso na vida das mulheres, apercebi-me de que era um problema tão grave que exigia prevenção entre as mais novas.”
Os grandes problemas são culturais pois “Continua a ser uma forma de afirmação social ter namorado”, confirma Maria Neto Leitão. “Tentamos mostrar-lhes que não têm de ter um namorado para se sentirem valorizadas mas é uma tarefa muito difícil, elas preferem ter um mau namorado a não ter namorado nenhum!”
“Os homens também são vítimas disto tudo, e estas não são relações dentro das quais eles se sintam bem”, defende Maria Neto Leitão. “Socialmente, são obrigados a desempenhar um papel que não os satisfaz, mas não têm outro! Eles comportam-se da maneira que acham que lhes é exigida. Tentamos no nosso projecto mostrar aos rapazes que, para serem homens, não têm de ser violentos. E ao recusar a violência, serão mais felizes. O problema é que mesmo as mulheres esperam deles que sejam violentos. É fundamental apresentar novos modelos de masculinidade aos jovens, ou eles vão continuar a pensar que não ser isto é ser homossexual. E no contexto de homofobia em que vivemos, eles preferem tudo menos serem homossexuais!”
Por violência não se entende apenas murros e pontapés, a forma mais comum é a violência emocional (insultos, humilhações públicas, ameaças, tentativas de controlo).
No namoro, a vítima interpreta esses actos de violência como ciúme, minimizando o episódio, acreditando que as coisas mudarão se o seu comportamento se adequar à situação. Os pedidos de desculpa que geralmente se seguem acentuam essa ilusão mas a violência alimenta-se dessa credulidade e intensifica-se no futuro.
Numa relação saudável ninguém manda no outro e ambos mostram afecto, respeito e apoio mútuo. É normal que entre um casal de namorados surjam conflitos mas é importante diferenciá-los das situações de violência. Os conflitos surgem em diversas ocasiões e resolvem-se através do diálogo e da procura conjunta de soluções. Não há que temer os conflitos, pois eles ajudam a construir uma relação saudável a dois.
Numa situação de violência, um dos membros do casal tenta exercer poder e controlo sobre o outro, não respeitando as suas ideias e opiniões. Ao princípio, quando ele/a apresenta um comportamento violento, pensa-se que teve um “mau dia”, que tem problemas com os pais ou na escola…mas que continua a gostar de nós, apesar de nos tratar mal!
Estes problemas costumam prolongar-se indefinidamente e piorar com o tempo. Devemos manter-nos alerta!
Muitas vezes aceitamos estar em relações violentas (e também toleramos que elas ocorram entre outros casais de namorados), porque acreditamos em certas “crenças e mitos”, que condicionam os nossos comportamentos e escolhas, apesar de não corresponderem à realidade.
Mas o que podem fazer pais e educadores para evitar esta situação? “Podem educar os filhos para serem assertivos e terem consciência dos seus direitos. Podem enfatizar a ideia de que o respeito faz parte integrante do amor.”
“Tudo passa por estar atento e mostrar disponibilidade para ouvir o adolescente e para o perceber”, explica Maria Neto Leitão. “Isto é um assunto muito ligado à sexualidade, e quando não desenvolvemos este trabalho desde a infância, na adolescência a situação pode complicar-se."
Tal como no casamento, também no namoro o medo da vítima é frequentemente um aliado do agressor. O receio de perseguições e retaliações acaba por levá-la a render-se ao domínio do namorado/a. No entanto, é importantíssimo que se saiba que há apoio disponível para quem o desejar, nomeadamente através de:

Linha de Emergência Nacional
Serviço de apoio gratuito, através do número 144 – 24 horas por dia. Proporciona alojamento de emergência e encaminha para recursos na comunidade

Linha Telefónica de Informação às Vítimas de Violência Doméstica
Serviço de informação, anónimo, confidencial e gratuito, através do número 800 202 148 - 24 horas por dia

APAV – Associação Portuguesa de Apoio à Vítima
Disponibiliza apoio emocional, jurídico, psicológico e social a quem é vítima de crime e a seus familiares, através do número 707 200 077

GOSTAR NÃO É CONTROLAR E CIÚMES NÃO SÃO AMOR!
QUEM AMA CONFIA E RESPEITA!
DIZ NÃO HÁ VIOLÊNCIA NO NAMORO!

12 de dezembro de 2010

Preservativo em 2010

O PPES vem aqui dar a conhecer um blogue sobre uma importante temática: o preservativo e a sua correcta utilização, bem como a sua história ao longo dos tempos.
O bloque, criado no âmbito de um trabalho realizado para a disciplina de Área Projecto, é da autoria das alunas Filipa, Etelvina, Irís e Sara da turma D do 9ºano da Escola secundária de Amora e tem como objectivo disponibilizar de forma permanente informação sobre o preservativo.
Nas diversas entradas pode-se conhecer os diversos tipos de preservativo, a forma correcta de os utilizar, bem como as vantagens da sua utilização. 
Visite este bloque no endereço http://preservativo2010.blogspot.com e deixe o seu comentário!

Alteração das instalações do PPES

Caros amigos,
a equipa do PPES lamenta o atraso na entrada em funcionamento das nossas instalações, que tem impedido um contacto mais directo com a comunidade escolar.
Ainda que por razões a que somos totalmente alheios, fomos forçados a alterar o nosso gabinete de atendimento para uma localização menos conveniente e certamente muito menos visível para todos.
Por esse motivo, fica aqui registada a nova localização das nossas instalações, que esperamos estejam adequadas a um funcionamento pleno no início do segundo período, ainda que mais uma vez isso não esteja nas mãos dos membros da equipa.
Recordamos mais uma vez que para qualquer esclarecimento, pedido de ajuda ou sugestão podem sempre deixar neste bloque um comentário ou enviar um email para o endereço esasaudavel@gmail.com
A todos os que neste primeiro (e atribulado) período connosco colaboraram, fica o nosso muito obrigado.

1 de dezembro de 2010

Criminalizar o ódio, não o HIV

Dia Mundial de Luta Contra a SIDA

Comemora-se a 1 de Dezembro o Dia Mundial da Luta contra a SIDA. Nesta data todo o mundo relembra o que não é demais reforçar: a síndrome da imunodeficiência adquirida humana já infectou muitos milhões de pessoas, tendo outros tantos já falecido.
O número de mortes provocado pela síndrome em todo o Mundo seria suficiente para dizimar toda a população portuguesa, um número que dá que pensar num momento em que esta epidemia continua a fazer vítimas.
Acredita-se que cerca de 40 milhões de crianças possam neste momento ter perdido um ou mesmo os dois progenitores por doenças associadas à SIDA.
Sendo o contacto sexual a principal forma de transmissão da doença as campanhas de sensibilização e luta contra a sida incidirão este ano uma vez mais nos cuidados e precauções a ter para prevenir o contacto.
Dado também que há uma enorme comunidade de toxicodependentes infectados a mensagem dirige-se também a este público.
Assim, o PPES aproveita esta data para esclarecer, de forma breve, algumas das questões mais frequentes sobre a SIDA e o VIH. Para qualquer esclarecimento adicional, não esqueça, envie um email para o endereço esasaudavel@gmail.com.
O vírus da Imunodeficiência Humana (VIH) ao entrar no organismo desloca-se para o sangue, onde começa a dividir-se, atacando o sistema imunitário e destruindo as células defensoras do organismo.
Por essa razão, deixa a pessoa infectada (seropositiva) debilitada e sensível a doenças oportunistas, que não afectam as pessoas cujo sistema imunológico funciona convenientemente. Também podem surgir alguns tipos de tumores (cancros).
A SIDA é uma síndrome, ou seja, de um conjunto de sintomas e sinais que não dizem respeito apenas a uma doença.
A infecção com o VIH tem 4 fases: primeiro há período de infecção aguda, cerca de um mês após o contágio, no qual o seropositivo é afectado por sintomas semelhantes aos da gripe e cuja causa normalmente passa despercebida a doentes e médicos.
Segue-se um período que pode durar 10 a 15 anos, no qual, embora o vírus se continue a multiplicar, o seropositivo não apresenta quaisquer sintomas pois, apesar de o vírus continuar a matar as células de defesa, o organismo consegue substituí-las.
A terceira fase da doença, em que o organismo já não consegue repor completamente a quantidade de células de defesa mortas pelo vírus, caracteriza-se por sintomas como emagrecimento, suores nocturnos, diarreia prolongada e febre.
A quarta fase, em que o seropositivo passa a ter SIDA, ocorre quando a contagem de células de defesa é muito baixa ou quando se tem outra doença indicadora de um estado de imunidade muito fraca.
O diagnóstico faz-se a partir de análises sanguíneas para detectar a presença de anticorpos ao VIH. Estes anticorpos são detectados, normalmente, apenas três a quatro semanas após a fase aguda, não podendo haver uma certeza absoluta sobre os resultados nos primeiros três meses após o contágio.
As primeiras análises a um infectado podem dar um resultado negativo se o contágio foi recente, por isso os testes devem ser repetidos quatro a seis semanas e três meses após a primeira análise.
O período em que a pessoa está infectada, mas não lhe são detectados anticorpos, chama-se período de janela. Com os testes actualmente disponíveis é possível detectar a infecção mais cedo e reduzir este período de janela para 3 a 4 semanas.
No distrito de Setúbal, a rede de Centros de Aconselhamento e Detecção Precoce do VIH/SIDA (vulgarmente conhecidos por CAD) inclui as unidades localizadas no Centro de Saúde do Bonfim, Praça do Brasil, nº 14 1º DTO, 2900 Setúbal (Tel: 265 548 185 aberto às 3ª feiras, das 16h às 19h e 5ª feiras, das 9h às 12h), no Centro de Saúde de Almada, Rua Luís António Verney - nº 35 Cova da Piedade (Tel: 21 2721630/5/6 aberto às 2ª feiras, das 9h às 12h e 5ª feiras, das 16h às 19h) e Moita - Arco Ribeirinho, Largo Dr. Joaquim Marques Elias, 2860-418 Moita (Telf. 212806460 aberto 2ª feiras das 9h às 13h30). Nos CAD pode-se realizar, de forma totalmente gratuita, anónima e com o devido apoio psicológico de pessoal especializado, o teste de despistagem do VIH/SIDA.
Se tem dúvidas sobre a possibilidade de estar infectado, ligue para a Linha SIDA 800 266 666, diriga-se ao seu médico assistente ou a um CAD da Rede Nacional, lembre-se: Só há uma maneira de saber. Faça o Teste!
A transmissão do VIH pode acontecer de três formas: relações sexuais desprotegidas, contacto com sangue infectado e de mãe para filho, durante a gravidez ou o parto e pela amamentação.
A infecção ocorre através de contacto com sangue, sémen, fluidos vaginais, leite materno e fluidos pré-ejaculatórios dos seropositivos.
O VIH não se transmite pelo ar nem penetra no organismo através da pele, precisando de uma ferida ou de um corte para penetrar no organismo.
A forma mais perigosa de transmissão é através de uma seringa com sangue contaminado, já que o vírus entra directamente na corrente sanguínea.
A transmissão por via sexual nas relações heterossexuais é mais comum do homem para a mulher, do que o contrário, porque o sémen é mais virulento do que os fluidos vaginais.
O contágio pode ocorrer em todos os tipos de relação sexual, seja vaginal, anal ou oral, já que as secreções vaginais ou esperma, mesmo que não entrem no organismo, podem facilmente contactar com pequenas feridas e cortes existentes na vagina, ânus, pénis e boca. As relações sexuais com mais riscos são as anais.
De mãe para filho, o vírus pode ser transmitido durante a gravidez, o parto ou, ainda, através da amamentação.
O VIH pode encontrar-se nas lágrimas, no suor e na saliva de uma pessoa infectada, contudo, a quantidade de vírus é demasiado pequena para conseguir transmitir a infecção.
É durante a fase aguda da infecção que existe maior perigo de contágio, devido à quantidade elevada de vírus no sangue.
Actualmente, a transmissão por transfusão de sangue ou de produtos derivados do sangue apresenta poucos riscos, uma vez que são feitos testes a todos os dadores.
Crucial na prevenção da infecção pelo VIH é a utilização de preservativo em qualquer tipo de contacto sexual, não partilhar agulhas, seringas, material usado na preparação de drogas injectáveis e objectos cortantes (agulhas de acupunctura, instrumentos para fazer tatuagens e piercings, de cabeleireiro, manicura, etc.).
Além dos preservativos comuns, vendidos em farmácias e supermercados, existem outros, menos vulgares, que podem ser utilizados como protecção durante as mais diversas práticas sexuais.
É, também, preciso ter atenção à utilização de objectos, uma vez que, se estiverem em contacto com sémen, fluidos vaginais e sangue infectados, podem transmitir o vírus.
O número de doentes infectados pela epidemia de SIDA diminuiu 19% em 2009, o que acontece pela primeira vez desde 1999.
A conclusão encontra-se no “Relatório Global da ONU - SIDA - Epidemia de SIDA”, que revela ainda que em 2009 registava-se 2,6 milhões de pessoas infectadas com HIV, enquanto que em 1999 aquele valor era de 3,1 milhões de pessoas.
Todavia, o objectivo ainda não foi alcançado: continuar a intervir contra a descriminação que envolve a doença, pela diminuição do número de infecções por HIV e eliminar as mortes relacionadas com a Sida continua a ser a meta.
A aposta nas medidas de prevenção, nos tratamentos e nos cuidados de apoio mantêm-se como a grande aposta dos envolvidos.
Por altura da comemoração do dia Mundial de Luta contra a SIDA, que se assinala a 1 de Dezembro, os números começam a ser encorajadores: um aspecto optimista é o facto de 5,2 milhões de pessoas, das cerca de 15 milhões que necessitam de tratamento anti-retroviral, e que vivem em países de rendimento baixo ou intermédio, terem nos dias que correm acesso a medidas terapêuticas.

29 de novembro de 2010

20 Anos, 20 Laços

No próximo dia 1 de Dezembro decorre no átrio da Estação do Rossio, pelas 16h30, a iniciativa 20 Anos, 20 Laços. Promovida pela Liga Portuguesa Contra a SIDA (LPCS), esta acção de sensibilização tem como embaixadora a manequim Carla Matadinho e consiste numa exposição de 20 laços vermelhos vestidos por 20 estilistas portugueses que utilizam o símbolo da luta contra a sida para criar peças de moda.
A Presidente da Liga, Eugénia Saraiva, comenta o desafio lançado aos estilistas: “A Liga entregou 20 laços que representam os 20 anos da nossa existência. Contamos com a criatividade de 20 estilistas portugueses para os “vestir”, dando ao símbolo da SIDA o seu cunho artístico e contribuindo para colocar o laço da SIDA na moda.”
Os estilistas Augustus, Fátima Lopes, Ana Salazar, Carlos Gil, Trupilariante, Katty Xiomara, João Rolo, José António Tenente, M. Alves & J. M. Gonçalves, Nuno Baltazar, Nuno Gama, Maria Gambina, Storytailors, Miguel Vieira, Luís Buchinho, Anabela Baldaque, Elsa Barreto, Gil de Sousa e Susana Agostinho, aceitaram o desafio da LPCS e apresentam as suas criações numa exposição que decorre na Estação do Rossio e que conta com a presença da Ministra da Saúde.
A Presidente da LPCS explica que “o laço vermelho simboliza a preocupação com a infecção VIH/SIDA, a importância da sua prevenção e a necessidade de apoiar as pessoas infectadas e afectadas. É nosso objectivo que o laço vermelho se torne moda porque queremos que se volte a falar de SIDA e prevenção.”
Durante o evento será também lançado o Carimbo comemorativo concedido pelos CTT para assinalar os 20 anos da LPCS.

24 de novembro de 2010

Feliz Natal Verde!

Para muitos a correria das compras de Natal já começaram e muitos até já começaram a decorar as casas e a montar a árvore de natal.

Todos gostam da época natalícia: o ano está prestes a terminar, passa-se tempo com a família, compra-se presentes e come-se até fartar sem culpas. Mas o Natal moderno também se tornou extremamente consumista, pelo que é uma óptima altura para considerarmos a nossa pegada ecológica.
Um estudo recente realizado pelo site de comparação de preços GoCompare através do Fundo de Poupança de Energia inglês revelou a quantidade de energia que é desperdiçada pelas iluminações de Natal.
52% dos ingleses que responderam ao inquérito revelaram que tencionavam colocar iluminação natalícia no exterior das suas casas, pelo que, com esta ideia em mente, o site GoCompare calculou gambiarras com 100 lâmpadas de 5 watt acesa durante seis horas por dia ao longo da época natalícia consumirá 207 Kwh, o equivalente a 22,8 dias do consumo de electricidade do lar inglês médio.
Por seu lado, de acordo com o Fundo Americano de Defesa Ambiental, uma das maneiras mais simples de reduzir as contas de electricidade da época natalícia é comprar iluminações decorativas com LED, adequadas tanto para interior como para exterior. Apesar de as iluminações de Natal com LED serem geralmente mais caras que as alternativas tradicionais, a longo prazo elas consomem de longe menos energia, conduzindo a contas de electricidade mais simpáticas e à redução do impacto ambiental da época festiva, para além de serem bem mais duradouras.
A iluminação não é a única forma de reduzir a pegada ecológica das festas, um consumidor ético estenderá a sua preocupação à alimentação e às bebidas que serve, bem como aos presentes que oferece, aos cartões de boas festas que envia, à árvore de Natal que escolhe, etc., a lista é infindável.
Actualmente há muitas opções, por exemplo, em relação à escolha da árvore de Natal. Uma árvore verdadeira ganha sempre, pois as árvores artificiais são feitas de PVC difícil de reciclar, a não ser que utilize sucessivamente a mesma árvore ao longo de muitos anos. Em relação às árvores verdadeiras, opte pelas recolhidas de forma sustentável ou as cultivadas especificamente para esse fim. Se tiver essa possibilidade, considere plantar uma no seu jardim e use-a todos os anos.
Os presentes verdes também são uma excelente ideia pois não só promovem a sua visão mais ética e amiga do ambiente de estilo de vida, como reduzem a pegada ecológica do seu futuro utilizador, para além da sua. Pense em presentes reciclados, como joalharia, cosméticos amigos do ambiente ou produtos de comércio justo. Ofereça presentes que sejam úteis aos seus amigos ou faça-os em família para obter algo original e personalizado.
E já ponderou não oferecer presentes, de todo?
Em vez disso, doe roupas e brinquedos que já não use ou o seu tempo e disponibilidade para uma associação não governamental de apoio social ou ambiental, reúna os seus amigos e família e organize um dia de voluntariado para ajudar os que têm menos e ofereça muito mais que coisas embrulhadas em papel bonito.
Talvez sem o habitual foco sobre as coisas que se quer comprar, oferecer e receber, o verdadeiro significado da época natalícia possa ser novamente descoberto, afinal esta é a estação da partilha.

19 de novembro de 2010

Sexualidade Positiva!

Decorreu hoje, pelas 17 horas, no Auditório da Escola Secundária de Amora mais uma palestra inserida na temática da Educação Sexual para os alunos do ensino secundário. Este evento foi organizado pelo Centro de Recursos da E.S.A., através da professora Isabel Tavares, e pelo PPES e nele estiveram presentes alunos do décimo e décimo primeiro anos.
A palestra foi conduzida pelo psicólogo Alfredo Leite, director pedagógico do projecto Mundo Brilhante, e teve como tema Representações da Afectividade e da Sexualidade Positiva.
De forma muito informal e interactiva, pretendeu-se levar os alunos a reflectir, através de imagens intercaladas com pequenas histórias, rindo e partilhando experiências.
Dando sempre o protagonismo aos alunos, foram desmontados e analisados muitos clichés, esteriótipos e ideias pré-concebidas sobre temas tão diversos como a assertividade, a gravidez na adolescência, a utilização do preservativo, afectos e relação entre os jovens e deles com a sociedade (incluindo pais e professores).
A assertividade, a capacidade de afirmar os próprios direitos e expressar pensamentos, sentimentos e crenças de forma directa e honesta (sem violar os direitos dos outros), é crucial nas questões de sexualidade e afectividade pois permite um equilíbrio entre dois extremos, um por excesso (agressão), outro por defeito (submissão). Ser assertivo, afinal, é ser capaz de dizer SIM e NÃO quando for preciso.
Salientou-se o papel da escola como local por excelência para a formação de jovens assertivos e informados, capazes de tomar decisões e de viver e disfrutar de forma natural a sua sexualidade.
A equipa do PPES não pode deixar de agradecer a preciosa colaboração da professora Isabel Tavares, cuja disponibilidade e incansável energia muito nos tem motivado nesta tarefa.
Se queres saber mais sobre todos estes temas, tens dúvidas ou queres fazer uma sugestão, lembra-te que podes enviar um email para o endereço esasaudavel@gmail.com.

17 de novembro de 2010

Gravidez na Adolescência

Decorreu hoje na Escola Secundária de Amora a primeira de várias palestras consigandas à temática Gravidez na Adolescência, organizadas pelo PPES em colaboração com a psicóloga Andreia Santos.
Sendo esta uma questão premente na ESA, como em muitas outras escolas portuguesas, a análise das suas condicionantes com alunos do 11º ano (neste caso) permitiu uma percepção mais aprofundada desta situação.
De forma interactiva e dando primazia aos alunos, foram salientadas tanto as razões que levam as adolescentes a querer, como a não querer engravidar.
No primeiro grupo surgem razões como a insegurança relativamente aos objectivos de vida, a ilusão de criação de laços duradouros com os namorados ou a ignorância face à correcta utilização de métodos contraceptivos. No segundo grupo salientam-se as dificuldades financeiras e o prosseguimento dos estudos como as principais razões para evitar uma gravidez adolescente.
Em caso de dúvidas sobre esta ou outra temática relacionada com a sexualidade, envia um mail para esasaudavel@gmail.com, garantimos o teu anonimato.

27 de outubro de 2010

Alimentação Saudável na Escola

Realizou-se hoje na Sociedade Filarmónica Democrática Timbre Seixalense o encontro  Alimentação Saudável na Escola. Organizado pelo Gabinete Seixal Saudável, nele foi apresentado o estudo Hábitos Alimentares dos Jovens do Município do Seixal, realizado no âmbito do projecto Promoção de uma Alimentação Saudável na Escola.
O encontro decorreu ao longo de todo o dia, incluindo diversas apresentações sobre o tema e dos vários projectos desenvolvidos neste âmbito pelas escolas do concelho.
Estiveram presentes as professoras Helena Correia, coordenadora do PPES, Teresa Matos e Sandra Rocha, que fizeram uma breve introdução ao trabalho realizado no ano lectivo 2009/2010 com o objectivo de promover a alimentação saudável na ESA.
A participação efectiva da Escola Secundária de Amora consistiu em duas apresentações, realizadas pelos alunos das turmas de décimo segundo ano que colaboraram nas actividades do projecto ao longo do ano lectivo 2009/10, e que generosamente se disponibilizaram mais uma vez para representar a sua antiga escola.
As apresentações tiveram como título Ementa Metálica e Metais Essenciais, e focaram, de forma fácil e divertida, a importância de uma alimentação variada na obtenção de elementos qímicos essenciais à saúde.

Programa (como inicialmente previsto)

9 horas – Recepção dos participantes e entrega de documentação
9.30 horas – Sessão de abertura
9.45 horas – MUNSI Seixal: Prevenção da Obesidade Infantil – Gabinete Projecto Seixal Saudável – Dr.ª Mirieme Ferreira e Professora Ana Lúcia Silva – Plataforma Nacional Contra a Obesidade
10.15 horas – Coffee Break
10.30 horas – Projecto “Promoção de uma Alimentação Saudável na Escola” – Gabinete de Saúde da CM Seixal – Dr.ª Helena Neves/Nutricionista, Dr.ª Sónia Rodrigues/Unidade de Saúde Pública do Seixal e Dr.ª Filomena Sampaio
10.50 horas – Apresentação do Estudo “Hábitos Alimentares dos Jovens do Município do Seixal” – Gabinete de Saúde – Dr.ª Cristina Samouqueiro
11.20 horas – Comunicação “O Agrupamento dos Centros de Saúde dos Concelhos do Seixal e de Sesimbra e a Alimentação Escolar” (a designar)
11.35 horas – Debate
12 horas – Almoço
14 horas – Comunicação “A Alimentação em Saúde Escolar” – Dr. Rui Lima – Direcção Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular
14.20 horas – Apresentação de projectos desenvolvidos pelas escolas básicas dos 2.º e 3.º ciclos
15.50 horas – Coffee Break
16 horas – Apresentação de Projectos desenvolvidos pelas Escolas Secundárias
16.50 horas – Debate
17.05 horas – Actuação da Tuna de Alunos da Escola Básica de Vale de Milhaços
17.15 horas – Sessão de Encerramento

24 de outubro de 2010

Dez razões (estúpidas) para não ser vegetariano

Há um enorme leque de razões para se continuar a comer carne, produtos lácteos e ovos, bem como para continuar a usar produtos derivados ou testados em animais. O leque é tão vasto que apenas dez das razões que mais se ouvem no dia a dia estão aqui analisadas.
Razão 1:  Se não comêssemos animais, eles acabariam na mesma por morrer de fome porque acabavam por ser demasiado numerosos.
A população de animais de estimação, só nos Estados Unidos, estima-se que ronde os 20 mil milhões. Este número é bastante pequeno quando comparado com o número de animais abatidos para a alimentação humana, que se estima ronde os dez mil milhões e trezentos milhões. Assim, a razão animais de quinta para humanos nos Estados Unidos é de 65 para um.
Por estes números, a população animal não humana já está largamente fora de controlo e abatê-los seria a melhor solução, dado que eles consomem 80% dos cereais produzidos mas infelizmente quanto mais são mortos, mais surgem e a razão é muito simples: as pecuárias são operações de reprodução intensiva artificialmente mantida, sem ela os animais não teriam qualquer hipótese de atingir, o que fará manter, os efectivos actuais.
Só o cereal consumido pelo gado nos Estados Unidos actualmente seria suficiente para alimentar 800 milhões de animais humanos que morrem de fome todos os dias em todo o mundo.
Razão 2:  Se não ordenhássemos as vacas, os seus úberes explodiam e elas morriam.
É verdade que se uma vaca criada para a produção de leite não for ordenhada regularmente os seus úberes podem ficar tão inchados com leite que se torne doloroso, impedindo-a de andar até à água e ao alimento e, portanto, causando-lhe a morte.
A razão porque tal coisa não acontece na natureza é que os animais bovinos, como virtualmente todos os mamíferos, apenas produz leite depois de dar à luz ou quando está a amamentar os juvenis.
Como os criadores de gado querem retirar leite de uma vaca, retiram-lhe o vitelo e ligam-na a máquinas ordenhadoras que mais ou menos simulam o amamentar da cria. Se um criador se esquece de ordenhar as vacas, elas irão queixar-se de incrível desconforto mas se não lhes retirassem os vitelos, eles mamavam naturalmente a cada 20 minutos e vaca nunca teria esse desconforto.
Razão 3:  Os humanos são animais carnívoros.
Os seres humanos têm a capacidade de consumir a carne de outros animais e apresentam características de predador como a visão binocular e quatro dentes caninos. Infelizmente termina aqui a base deste raciocínio.
O corpo humano está melhor adaptado a comer plantas que carne: temos dentes com superfície plana em mandíbulas capazes de movimento lateral, perfeito para mastigar, coisa que os carnívoros não fazem pois rasgam pedaços de carne e engolem-nos inteiros.
Os caninos que temos são pequenos quando comparados com todos os carnívoros mas até os nossos primos distantes gorilas, que são completamente vegetarianos, têm caninos maiores que os nossos proporcionalmente.
O Homem tem intestino longo, permitindo que os alimentos nele se desloquem lentamente, permitindo que o nosso corpo absorver o máximo de nutrientes possível durante a digestão. Os carnívoros têm intestino curto pois a carne pode conter agentes patogénicos que causam rápida putrefacção se esta não for processada rapidamente.
Não temos o pH adequado no nosso estômago ácido para digerir adequadamente a carne sem que esta seja adequadamente cozinhada. Um animal carnívoro tem um pH estomacal de 1 ou inferior, enquanto os herbívoros têm um pH de 4 ou 5, o que encontramos no Homem.
Razão 4:  O Homem é mais inteligente que os outros animais logo tem o direito de dispor deles como quiser.
Há muito que a inteligência humana tem sido citada como justificação para um sem número de acções. É verdade que o Homem tem uma espantosa capacidade de manifestar pensamento abstracto em formas físicas mas como a medição da inteligência não é uma ciência exacta e devido às diferenças de espécies, essa quantificação permanece subjectiva.
Há grandes problemas com a teoria de a maior inteligência nos permitir o direito para dominar e consumir outros pois poder-se-ia admitir o absurdo de comer humanos com menos capacidades (bebés e deficientes, por exemplo). Esta teoria tem sido a justificação para atrocidades sem fim, desde o Holocausto, à negação dos mesmos direitos às mulheres, à escravatura, etc.
Razão 5: Se é errado matar animais, não devíamos também impedir os tigres e outros predadores de matar as suas presas? 
Os humanos têm a capacidade de matar e consumir outros animais, como outros predadores, mas a diferença óbvia entre o Homem e os verdadeiros predadores é o facto de nós precisarmos de ferramentas para o fazer.
Outra diferença óbvia é a possibilidade de escolha, pois o Homem vive espantosamente bem sem comer carne.
Claro que se pode encontrar comunidades humanas que têm poucas opções para além de matar e comer animais mas normalmente estamos a falar de comunidades nativas que vivem de forma tradicional.
Razão 6: O estilo de vida vegetariano é demasiado dispendioso. 
É verdade que se comprarmos alimentos pré-preparados, pode-se gastar grande quantidade de dinheiro mas isso certamente não é um exclusivo do vegetarianismo. Se se comparar o preço da carne e de outros produtos animais com o de vegetais e cereais, descobre-se que os segundos se tornam mais em conta.
Há luxos, como carne de soja, queijos e pastas, que são mais caros que os seus primos animais mas estes produtos não são necessidades. Recorde-se ainda que, se acabarem os subsídios e incentivos à sua produção, um quilo de carne pode atingir os €500.
Razão 7: Os animais não têm sentimentos. 
É verdade que não podemos ter absoluta certeza que o que nos parece alegria, tristeza, amor ou dor nos animais seja a mesma coisa que nós sentimos mas qualquer um que tenha passado uma hora com um cão sabe que os animais sentem emoções.
Jeffrey Moussaieff Masson referiu num artigo escrito sobre a pesquisa por trás do seu livro The Pig Who Sang To The Moon", que um porco pode ser tão devotado, afeiçoado, bom companheiro como um cão, se tiver essa hipótese. As ovelhas, sempre apelidadas de estúpidas, conseguem reconhecer e ter sentimentos para com outras duzentas ovelhas. 
Razão 8: Se todos se tornassem vegetarianos todos os criadores de gado iam à falência. 
Claro que muitos ficariam sem emprego se de repente todos ficássemos cheios de compaixão pelos outros animais, mas isso não parece provável, ainda que possível.
À medida que cada vez mais pessoas se tornam vegetarianas, a procura de carne e outros produtos animais irá diminuir e as indústrias que deles dependem irão adaptar-se ou reduzir-se significativamente. O grande problema com este argumento é ter sido igualmente usado para justificar a escravatura: "O que vai acontecer aos pobres donos das plantações se proibirmos a escravatura?"
Razão 9: A dieta vegetariana não é saudável. 
Um dos grandes argumentos contra o vegetarianismo é o facto de se pensar que os vegetarianos têm carência em proteínas, cálcio e vitamina B12. Mas o feijão, por exemplo, tem pouco menos proteína que a carne mas sem gorduras saturadas ou colesterol, e muitos produtos de soja são fortificados com cálcio e vitamina B12. Frequentemente, os que têm problemas com o vegetarianismo geralmente não têm uma dieta equilibrada e têm falta de ferro. 
Razão 10: Se não os testássemos em animais, muitas pessoas morreriam ao usar medicamentos pouco seguros. 
Há mais de um século que os animais não humanos são usados em testes de medicamentos e produtos para utilização humana. As razões que justificam a utilização de animais em experiências que não beneficiam a sua espécie são muitas e embocam nas que já foram debatidas.
Para quê usar animais que são geneticamente diferentes do Homem quando, infelizmente, há milhões de pessoas com doenças para as quais ainda não há cura dispostas a permitir que sejam usadas como cobaias em curas experimentais.
Concluindo, há muitas razões para não nos preocuparmos com os animais e para continuarmos a apoiar indústrias que os exploram e matam, infelizmente a maioria delas são estúpidas. 

17 de outubro de 2010

Dia Mundial para a Erradicação da Pobreza

O Dia Mundial para a Erradicação da Pobreza surge este ano em plena crise, um momento em que a ameaça da pobreza paira sobre cada vez mais famílias portuguesas. Na sequência da campanha mundial Global Call for Action Against Poverty, tem decorrido em Portugal a campanha  Pobreza Zero.
A pobreza em Portugal é um problema social grave e o seu não reconhecimento tem-se revelado um dos maiores entraves à sua erradicação. Por essa razão, a Oikos e a Pobreza Zero lançaram o desafio Levanta-te Portugal - O Mundo que Queremos, como forma de sensibilizar e mobilizar a sociedade civil para a resolução deste problema.
Mas o facto é que, salienta a Oikos: 1 em cada 5 portugueses vive no limiar da pobreza (21% da população total); 12.4% da população activa ganha o salário mínimo nacional; 10% da população activa está desempregada; 26,3% dos reformados recebe menos de 200€/mês de reforma; 79,4% da população activa não terminou o ensino secundário; 45,5% da população em idade escolar abandona de forma precoce a escola; 8% da população vive em habitações sem condições mínimas.
Por outro lado, continua a Oikos, as 100 maiores fortunas portuguesas representam 17% do Produto Interno Bruto Nacional, Portugal tem a pior distribuição de riqueza no seio da União Europeia com os 20% mais ricos a controlar 45.9% do rendimento nacional.
Por todas estas razões e muitas mais, apela-se ao poder político e económico que reconheça o fenómeno da pobreza como o problema social grave que é e que, com a sociedade civil, encontre soluções adequadas para a sua progressiva erradicação.

16 de outubro de 2010

Dia Mundial da Alimentação

O Dia Mundial da Alimentação tem, em 2010, como tema “O Direito à Alimentação e a Luta Contra a Fome”.
Esta data, que celebra a criação da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), em 1945, uma organização cujo objectivo principal é elevar os níveis de nutrição e desenvolvimento rural, foi festejada pela primeira vez em 1981.
Em Portugal, a Direcção-Geral da Saúde antecipou as comemorações e promoveu, no dia 15 de Outubro, uma sessão comemorativa do Dia Mundial da Alimentação no Anfiteatro da Maternidade Dr. Alfredo da Costa, com entrada livre.
Portugal associou-se assim a esta data e assinalou o dia com uma reflexão sobre o direito a uma alimentação saudável através do consumo de frutos e hortícolas, ilustrada pelo Regime de Fruta Escolar, implementado conjuntamente pelos Ministérios da Agricultura do Desenvolvimento Rural e das Pescas, Saúde e Educação.
Os temas abordados foram: Aspectos protectores do consumo de frutos e hortícolas na saúde; Singularidades da produção de frutos e hortícolas em Portugal; Dieta atlântica: modo de estar português e Promoção do consumo de frutos e hortícolas em meio escolar.

5 de outubro de 2010

Dia Mundial do Professor

A 5 de Outubro, milhões de professores e funcionários da área de educação juntam-se a crianças, jovens e pais de todo o mundo para comemorar o Dia Mundial do Professor.
Da crise económica global a desastres humanitários, como o terremoto no Haiti ou as enchentes no Paquistão, o papel dos professores tem sido vital para a reconstrução social, económica e intelectual das comunidades em que vivemos e trabalhamos.
Assim, a Education International (EI) tem orgulho de reconhecer a significativa contribuição de todos os professores para a criação de um mundo melhor. A Education International é a voz global de todos os trabalhadores associados à educação, representando perto de 30 milhões de professores e outros trabalhadores através de 401 organizações que dela fazem parte em 172 países.
O secretário geral da EI, Fred van Leeuwen, comentou: "Ser um professor significa pertencer à mais valiosa das profissões. Se as comunidades encaram dificuldades, os professores estão imediatamente presentes na linha de frente para ajudar a promover a recuperação. Infelizmente, em muitos países, ser um professor também significa receber um baixo salário, ser tratado injustamente, ser pressionado e, em alguns casos, temer pela própria vida. Mas mesmo com todos estes desafios, os professores continuam a ser cruciais para a sociedade, ensinando e aumentando a probabilidade de milhões de estudantes mudarem suas vidas".
"Como a UNESCO confirma", continua ele, "'Sem a contribuição dos professores para moldar as reformas educacionais, os processos de recuperação provavelmente não atingiriam a maioria das suas metas'. Numa época em que o mundo enfrenta uma escassez sem precedentes de professores qualificados e quando são precisos mais 10 milhões de professores para alcançar os objectivos acordados internacionalmente para a educação de qualidade a que cada criança tem direito, assinalar o Dia Mundial do Professor é um pequeno passo para homenagear os milhões de heróis extraordinários desta nossa comunidade global."
A EI assinou um documento juntamente com ILO, UNDP, UNESCO e UNICEF, e participa hoje num evento oficial em Paris com professores do Haiti, Lesoto, Mali, Laos, França e Israel, que darão o seu testemunho sobre o papel dos professores na recuperação das suas sociedades.

4 de outubro de 2010

Fertilização in vitro recebe Nobel

Muito poucos cientistas podem dizer que quatro milhões de pessoas estão vivas por causa do seu trabalho mas Robert Edwards é um deles.
O seu trabalho no desenvolvimento da técnica no cerne dessa alegação, a fertilização in vitro (FIV) vale-lhe o prémio Nobel da Fisiologia ou Medicina deste ano.
Para tornar a FIV possível, Edwards teve que resolver numerosos problemas de biologia básica, alguns dos quais abriram caminho à investigação em células estaminais embrionárias, ao mesmo tempo que enfrentava forte oposição por parte da Igreja, políticos e até de alguns eminentes colegas na Universidade de Cambridge. Com uma personalidade expansiva mas atenta aos outros, Edwards participava abertamente no debate público e ficou magoado pelas acusações de falta de ética no seu trabalho.
Mas graças à sua colaboração com outro contestatário, Patrick Steptoe, obstetra no Hospital Oldham e District General, o primeiro bebé-proveta, Louise Brown, nasceu em 1978. No espaço de cinco anos, 150 bebés-proveta nasceram por todo o mundo. Desde então a FIV vulgarizou-se e Edwards e Steptoe foram aplaudidos por ajudar a dar vida a milhões. Não tivesse morrido em 1988, Steptoe teria provavelmente partilhado o prémio.
Em 2001 Edwards ganhou o prémio Lasker, que frequentemente pressagia o Nobel. Há dois anos ele celebrou o trigésimo aniversário da FIV num simpósio onde se debateu o impacto do seu trabalho a muitos níveis da sociedade , não só na biologia e medicina, mas também na ética, arte e antropologia social.
Actualmente com 85 anos, Edwards está demasiado frágil para entrevista mas a sua esposa referiu à Fundação Nobel a sua alegria pelo prémio. "Nenhum outro cientista poderia ter transformado tantos aspectos da nossa sociedade", diz Martin Johnson, um dos primeiros estudantes de graduação de Edwards e agora professor de ciência reprodutiva na Universidade de Cambridge.

1 de outubro de 2010

Dia Mundial do Vegetarianismo

Hoje é o Dia Mundial do Vegetarianismo, que lança também o Mês Mundial de Consciencialização para o Vegetarianismo.
Já estamos habituados a ler sobre como o consumo de produtos animais é cruel, um argumento importante para quem é defensor dos direitos do animais, mas será essa a razão mais importante para reduzir a quantidade de carne que consumimos?
Para o cidadão médio, os direitos dos animais provavelmente estarão bem abaixo na lista, até porque há outro tipo de razão, como os impactos ambientais negativos da produção, embalagem e transporte da enorme quantidade de carne que o Homem consome. Será que queremos salvar os animais apenas para os condenar a viver num planeta moribundo?
Eis algumas razões ambientais para comer menos carne e obter um planeta mais saudável:
1. Desperdício de recursos
Estamos a caminho de uma crise energética global. Os combustíveis fósseis não são apenas sujos e perigosos, estão a desaparecer. Segundo os estudos mais recentes, a produção de proteína animal para consumo humano exige enormes gastos de combustíveis fósseis, cerca de oito vezes mais que a produção da mesma quantidade de proteína vegetal.
A indústria da carne também está a esgotar a água potável do planeta, pois em todo o mundo está a desviar-se cada vez mais água para criar porcos e galinhas em vez de para a produção de vegetais de consumo directo.
2. Espécies ameaçadas
A criação de campos de pastagem para o gado para consumo humano contribuiu, só nos Estados Unidos, para 26% das espécies ameaçadas de extinção de que há registo.
Um estudo da Universidade da Califórnia estima que cada hamburguer obtido com carne de gado criado em pastagens que foram em tempos floresta tropical causou a destruição de 20 a 30 espécies vegetais, 100 espécies de insectos e dúzias de aves, mamíferos e répteis. Com quilómetros de florestas tropicais a serem abatidos todos os dias, é óbvio que estas estatísticas só podem piorar.
3. Alterações climáticas
Em 2006 as Nações Unidas publicaram um relatório que revelou que a criação de animais para alimentação humana gera mais gases de efeito de estufa do que todos os veículos motorizados existentes no mundo e não apenas porque as vacas arrotam e ...
Quantidades monumentais de estrume, muitas vezes contaminado com produtos químicos e doenças, desflorestação para pastagens, fertilizantes sintéticos usados na produção de rações e os gases de efeito de estufa emitidos pelos meios de transporte, processamento e refrigeração da carne, contribuem para as alterações climáticas que se vão sentindo por todo o mundo.
Segundo um estudo de 2006 realizado na Universidade de Chicago, uma dieta vegetariana reduz as emissões do equivalente a 1,5 toneladas de CO2 por ano, mais do que a tonelada de CO2 que se poupa ao mudar para um carro híbrido.
Por isso, se não tem dinheiro para comprar um carro eléctrico ou não tem coragem de passar a andar só de bicicleta, pode ter um impacto muito superior simplesmente por passar ao lado da banca do talho.
Depois de muitas décadas a comer carne, a ideia de a eliminar completamente da dieta não deve ser muito entusiasmante mas não há pressa: vá comendo menos carne, a um ritmo que lhe seja confortável, senão nunca funcionará.
Experimente a proposta da campanha Meatless Monday, uma iniciativa internacional que tem como objectivo ajudar as pessoas a abdicar da carne um dia por semana. O seu site na Internet fornece receitas, ferramentas e informação nutricional, bem como muitas sugestões, tudo para nos ajudar a sobreviver (e ser feliz) sem carne. 

30 de setembro de 2010

Venha pedalar por menos CO2!

Quantas bicicletas são precisas para formar o número 350 visto do céu? Traga a sua, junte-se à Quercus, à 350.org e ao PPES e venha descobrir!
No dia 10 de Outubro de 2010, pelas 15h30, o objectivo é reunir o máximo de ciclistas, amadores ou profissionais, junto do Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa, e desenhar um 350 que sensibilize para o problema das alterações climáticas.
Marque o Domingo 10/10/10 na agenda, traga uma camisola branca e um capacete colorido e pedale com a família ou amigos até Belém para celebrar um futuro climático com menos CO2!
350 partes por milhão é o nível seguro de concentração máxima de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera para que seja possível manter a temperatura global do planeta longe das alterações climáticas e abaixo dos perigosos 2ºC de aquecimento global. A actual concentração é de 390 partes por milhão de CO2.
A mobilidade sustentável é um ponto fundamental no combate às alterações climáticas, queremos cidades com melhor qualidade do ar e menos carros. Dê o exemplo e traga a sua bicicleta nos transportes colectivos. 
O movimento internacional 350.org associou-se à coordenação do 10/10/10, um evento que pretende ser o maior dia de acção global de sempre na luta contra as alterações climáticas, com diversos eventos a ocorrer no domingo, 10 de Outubro de 2010, em mais de 140 países de todo o mundo.
A Quercus junta-se uma vez mais a esta iniciativa e pretende mobilizar os portugueses para colocarem Lisboa no mapa do 10/10/10!
No dia 24 de Outubro de 2009, 144 cidades de todo o mundo, entre as quais Lisboa e Gaia, juntaram-se numa Acção Global pelo Clima fazendo 350 humanos como forma de reivindicar, aos líderes mundiais, medidas concretas para a resolução da crise climática.

Saiba mais visitando http://www.350.org/

29 de setembro de 2010

Medicamento para osteoporose pode curar cancro da mama

Desde que os efeitos secundários da terapia hormonal de substituição (THS) foram relatados em 2002, as evidências têm-se somado de que o tratamento da menopausa aumenta o risco de uma mulher desenvolver cancro da mama.
O que não estava claro era de que forma isso acontecia.
Dois estudos publicados esta semana na revista Nature mostram de que forma um ingrediente da THS, uma versão sintética da hormona progesterona chamada progestina, pode causar cancro da mama em ratos ao activar a proteína RANKL.As descobertas também sugerem que o bloqueio desta via metabólica através de um medicamento já aprovado para o tratamento da osteoporose pode tratar o cancro da mama.
Largamente prescrita nas décadas de 60 e 70 do século passado para combater os sintomas da menopausa, como os afrontamentos, o THS inicialmente continha apenas uma forma de estrogénio. No entanto, depois de estudos mostrarem que o tratamento apenas com estrogénio aumentava o risco da mulher cancro do endométrio, os fabricantes de medicamentos acrescentaram a progestina à mistura. Milhões de mulheres tomaram a nova terapia combinada.
Tudo isso mudou depois de investigadores que estudavam pacientes inscritos na Iniciativa para a Saúde da Mulher concluírem que a THS aumentava em 25% a probabilidade de as mulheres desenvolverem cancro da mama no espaço de 5 anos, quando comparadas com mulheres que tomavam um placebo. As mulheres abandonaram o tratamento e as taxas de cancro da mama caíram a pique, nos Estados Unidos em mais de 6% em 2003."Como que olhei para os estudos sobre THS como sendo na realidade uma validação em humanos de que a progestina desempenha um papel no desenvolvimento do cancro", diz William Dougall, director científico de investigação oncológica e hematológica da companhia de biotecnologia Amgen, com sede em Seattle, Washington, líder de uma das equipas que associou a RANKL ao cancro da mama.
A proteína RANKL, que faz parte da família das proteínas sinalizadoras imunológicas, é geralmente conhecida pelo seu papel na regeneração do osso. A RANKL activa células especializadas, os osteoclastos, que degradam osso e permitem que o seu cálcio seja reabsorvido.
No entanto, este não é único papel da RANKL na célula. Em 2000, uma equipa liderada por Josef Penninger, então na Universidade de Toronto no Ontário, Canadá, descobriu que ratos sem RANKL têm problema em desenvolver novo tecido mamário quando grávidos, um processo que depende de hormonas sexuais, incluindo a progesterona.
Equipas lideradas por Penninger, que desde então se mudou para a Academia Austríaca de Ciência em Viena, e Dougall mostraram agora que a RANKL também está implicada em modelos em ratinhos de cancro de mama que são conduzidos pela progestina. As duas equipas trabalharam independentemente mas comunicavam uma com a outra sobre os seus resultados. "Ambos sentíamos que é muito importante ter confirmação independente", diz Penninger.
Quando a equipa de Penninger tratou tratou ratos com uma progestina chamada MPA, a expressão da RANKL no tecido mamário dos animais disparou. Entretanto, ratinhos geneticamente modificados de maneira a não produzirem o receptor RANKL no seu tecido mamário que receberam tanto progestina e um composto químico indutor do cancro tinham menos tumores mamários que os ratos normais após oito semanas. A equipa de Penninger também mostrou que a RANKL estimula as células epiteliais mamário a dividirem-se e ajuda a manter as células estaminais que originam os tumores da mama.
A equipa de Dougall adoptou uma abordagem ligeiramente diferente para estabelecer o papel da RANKL nos cancros da mama induzidos pela progestina. Em vez de usar ratinhos que não apresentem a proteína, os investigadores deram aos animais um medicamento contendo anticorpos que impedem que a RANKL comunique com o seu receptor, um tratamento que teve basicamente o mesmo efeito. Ratinhos tratados com o medicamento, bem como com MPA e um carcinogéneo, desenvolveram menos tumores do tecido mamário que ratinhos que não receberam o medicamento.
Dougall e Penninger concordam que bloquear a RANKL pode prevenir os cancros da mama ou tratá-los nos seus estágios iniciais. No entanto, ao contrário da maioria das descobertas com significado médico a partir de investigação básica, a tradução das descobertas sobre a RANKL podem ser rápidas.
O anticorpo que bloqueia a RANKL da Amgen, comercializado com a designação Denosumab, obteve aprovação para o tratamento da osteoporose pela Administração para a Alimentação e Medicamentos americana em Junho. A companhia de biotecnologia ainda não lançou um teste clínico para analisar especificamente se o Denosumab pode prevenir ou tratar tumores da mama primários mas já está a testar se o medicamento previne metástases nos ossos em cancro da mama e outros tumores.
Jane Visvader, chefe do Laboratório do Cancro da Mama no Instituto de Investigação Médica em Parkville, Austrália, diz que o medicamento tem "enorme potencial" de prevenir ou tratar o cancro da mama.
"Seria realmente muito directo trazer isto para a clínica", concorda Cathrin Briskin, bióloga molecular do Instituto Federal de Tecnologia Suíça em Lausanne. "Vale certamente a pena tentar."
No entanto, Briskin salienta que os cancro da mama humanos são notoriamente heterogéneos e alguns continuam a depender de hormonas sexuais para crescer, enquanto outros não. "O facto é que funciona em ratos não significa que vá funcionar em humanos, quando chegamos a humanos precisamos de diferenciar entre os diferentes subtipos de cancro."