31 de dezembro de 2010

Resoluções (fáceis de seguir) para o Novo Ano

É fácil pensar em todas as grandes alterações que vamos fazer no novo ano à medida que nos aproximamos do final deste 2010 mas por volta da segunda semana de Janeiro a maioria de nós já consegue encontrar desculpas para faltar ao ginásio.

Para que não caia nessa armadilha, eis algumas resoluções de Ano Novo tão fáceis que nenhum de nós terá desculpa para não as manter e que, ainda melhor, nos vão ajudar a poupar dinheiro, reduzir a nossa pegada ecológica e melhorar a Terra como um todo.

1. Combater a desflorestação a partir da cozinha

Provavelmente não compra óleo de palma por si só com grande frequência mas quase todas as prateleiras da sua cozinha o têm, sob a forma de alimentos embalados. O óleo de palma é um dos maiores contribuidores para o aquecimento global devido à maciça desflorestação que origina a sua produção. A destruição das florestas tropicais indonésias representa a libertação de dióxido de carbono do solo para o ar mas também a destruição do sumidouro de carbono que as árvores representam, para além do desaparecimento do habitat de animais ameaçados como o orangotango. A produção de carne de vaca no Brasil está a ter o mesmo efeito na Amazónia, logo prestar atenção à composição e origem dos produtos embalados pode fazer a diferença.

2. Plantar uma árvore

Uma resolução óbvia, não só amortiza parte da nossa pegada ecológica como combate a desflorestação noutros locais, traz algo de verde ao nosso bairro. Junte família, amigos e vizinhos e organize um pequeno evento com a ajuda das crianças, será pedagógico e muito divertido. 

3. Comprar menos tralha

Decida comprar e consumir menos, mesmo produtos verdes. Se decidir comprar, seja o que for, tenha atenção à origem e composição, de modo a tomar decisões acertadas: comprar uma jóia de ouro, por exemplo, provavelmente está a promover a destruição da floresta tropical brasileira. 

4. Não comprar água engarrafada

Troque o hábito de comprar água engarrafada por um jarro filtrador em casa e ajudará a reduzir os 1,5 milhões de barris de petróleo usados para fazer garrafas plásticas para água todos os anos. Obtenha uma garrafa reutilizável para a sua água e ainda terá um bónus de €1400 ao final do ano por ter removido a água engarrafada do carrinho de compras.

5. Aderir à factura electrónica

Transfira as suas facturas mensais de carta para electrónica pois mesmo que as imprima em casa irá eliminar a pegada ecológica associada ao correio e vai reduzir o papel da publicidade e envelope.

6. Usar sacos reutilizáveis

Com mais de um milhão de sacos de plástico a acabarem no lixo a cada minuto que passa, usar sacos reutilizáveis é uma das forma mais simples e eficazes de reduzir a sua pegada ecológica, o mais complicado é não nos esquecermos de o levar connosco.

7. Adoptar um animal de estimação

Especialmente se já tem ideia de trazer um novo amigo para casa, porque não tentar a adopção. Muitos milhares de animais são abatidos nos canis e gatis municipais todos os anos, ao mesmo tempo que as quintas de criação que fornecem as lojas de animais criam os animais em condições cruéis e pouco saudáveis. 

8. Reduzir utilização de toalhas de papel

Se tem tendência para agarrar uma toalha de papel para tudo, invista em panos de cozinha e guardanapos de pano: são laváveis, só os compramos uma vez e eliminamos 3 mil toneladas de toalhas de papel que acabam nos aterros sanitários todos os dias.

9. Usar a bicicleta para percursos curtos

Exige um certo grau de compromisso abdicar completamente do carro mas mesmo os que não estão em grande forma podem usar a bicicleta em percursos curtos, como para ir comprar o jornal ou comer um gelado no Verão. Usar a bicicleta em percursos inferiores a 2 Km reduz significativamente a pegada ecológica, poupa dinheiro em gasolina e manutenção do carro e aumenta a saúde.

10. Comprar no comércio local

Ir à feira local parece uma óptima ideia até chegar a sábado de manhã e não apetecer sair da cama cedo para lutar pelos morangos mais maduros. Em vez disso, pode sempre ir à mercearia local ou juntar-se ao clube de agricultores da zona para receber uma caixa dos produtos mais frescos todas as semanas, que podem ser entregues directamente à sua porta.

11. Tornar-se vegetariano de fim de semana

Cortar a carne da sua dieta por completo é complicado mas e se for apenas durante dois dias por semana? Basta isso para reduzir a sua pegada ecológica num terço de tonelada e pode ser uma forma divertida de descobrir novos sabores.

12. Eliminar consumos fantasma

Basta um segundo para desligar o carregador do telemóvel ou mp3 mas se a preguiça é ainda maior, então deixe que outros o façam por si. Há extensões eléctricas com um botão que cortam a energia a todos os aparelhos a elas ligados, bem como temporizadores que desligam TVs, DVDs e consolas automaticamente à noite ou carregadores que desligam quando a bateria está completa. Sem levantar um dedo, estará assim a poupar 10% no seu consumo energético anual.

13. Substituir as lâmpadas de incandescência

Substituir as lâmpadas incandescentes por lâmpadas fluorescentes compactas pode ser a suprema mudança a fazer no novo ano. Apesar de todas as piadas, basta uma pessoa para mudar uma lâmpada e como as LFC duram mais que as tradicionais, além de poupar tempo irá poupar o consumo energético até 80%.

28 de dezembro de 2010

Feliz Ano Novo!

25 de dezembro de 2010

Feliz Natal


Sic Xmas Tree, upload feito originalmente por simbiotica.org.

A equipa do PPES deseja a todos um Natal pleno de saúde, alegria e paz.

20 de dezembro de 2010

Idade Interior

Nesta época festiva, famosa pelos excessos e pelos pecados mais ou menos assumidos, fica a ligação para um sítio brasileiro que nos permite avaliar a nossa idade interior.
Através de uma série de perguntas simples sobre alimentação, saúde e estilo de vida, entre outras, é avaliado o peso que os nossos comportamentos têm sobre a nossa idade interior, ou seja, a forma como afectam a nossa saúde e encurtam a nossa vida.
A introdução é feita pelo Arlindo, com 50 anos mas com carinha de bebé, seguida das várias questões a que se responde seleccionando opções. Mostrando que o Arlindo está a par da modernidade, após descobrir a sua idade interior pode partilhá-la Twittter, Facebook e Orkut.
Graficamente interessante e muito simples de utilizar, este sítio deixa-nos não só com a estimativa de quantos anos estamos a arriscar perder (ou ganhar) mas também com pequenas dicas para corrigir comportamentos menos adequados que tenha detectado.
Experimentem em http://www.idadeinterior.com.br e divirtam-se!

16 de dezembro de 2010

Workshop "Falar sobre sexualidade"

Caros amigos,
o PPES e o Centro de Recursos da ESA têm o prazer de confirmar a realização do primeiro workshop para professores com o tema Falar sobre sexualidade para amanhã, dia 17 de Dezembro de 2010.
A formação será dinamizada pela associação de psicólogos especializados Mundo Brilhante e terá a duração de 4 horas. O objectivo é capacitar os professores para trabalhar as temáticas da Educação Sexual em sala de aula, independentemente da sua área de formação.
Devida à elevada adesão por parte dos colegas a esta proposta foi necessário realizar uma selecção para este primeiro workshop, tendo sido critério de preferência o facto de o/a professor/a ser director de turma.
O PPES aproveita para esclarecer a razão da calendarização desta actividade, sendo óbvio que o momento não é o ideal para os directores de turma: a entidade que vem dinamizar o workshop tem sido muito requisitada e se não os recebessemos agora, apenas teriam vaga a 27 de Abril, o que foi considerado demasiado tardio para que se tirasse o devido partido desta formação.
Obrigado a todos pelo interesse e até sexta!

15 de dezembro de 2010

Violência no namoro

Decorreu hoje no Auditório da Escola Secundária de Amora mais uma palestra organizada pelo PPES, em colaboração com a psicóloga Andreia Santos, no âmbito da Educação Sexual.
Desta vez o tema foi a violência no namoro, infelizmente uma questão que está cada vez mais na ordem do dia.
De forma interactiva e apelando mais uma vez à participação dos alunos das três turmas do 9º ano presentes, a psicóloga Andreia Santos debateu causas, consequências e formas de reagir perante a violência no namoro. Para esta troca de ideias foram fundamentais dois curtos filmes: Pisar o Risco e Malmequer (que partilhamos convosco ao final desta entrada).
Muitos continuam a considerar a violência nas relações íntimas uma situação que surge com o casamento mas os mais novos provam o contrário, as agressões começam frequentemente na adolescência e incluem insultos, ameaças e mesmo bofetadas e pontapés, o que constitui um sério alerta de risco para a violência marital. Outro cliché que importa desmontar, é que apenas as classes menos favorecidas e as mulheres são vítimas desta situação, ainda que não haja dúvida sobre o predomínio do sexo feminino na contabilidade das vítimas.
25% dos jovens reconhecem que já foram vítimas de violência no namoro e o maior problema é que a maioria encara com normalidade a situação pois encontram justificações para violência em situações específicas, como os ciúmes ou a infidelidade: “Só fez aquilo porque estava descontrolado/a, perdeu a cabeça” ou “tem medo de a/o perder” são afirmações recorrentes e a violência sexual no namoro nem sequer é reconhecida como tal.
Claro que a agressividade não surge do nada: vivemos num mundo onde é muito mais normal resolver-se os conflitos ao murro e ao pontapé do que pelo diálogo. “Vários estudos internacionais sugerem que a proveniência de uma família já de si violenta é de facto um factor de risco”, confirma Carla Machado, investigadora da Universidade do Minho que estudou o tema em Portugal. “Contudo, não quer dizer que todos os jovens que vivenciaram essa situação se tornem violentos, há vários factores de possível compensação dessa influência.”

Apesar do muito que se progrediu em termos de condição feminina, as raparigas ainda são educadas para idealizar o amor. No entanto, uma das grandes diferenças entre a violência nas relações adultas e nos adolescentes é que as raparigas mais novas também são agressivas nas suas relações amorosas. “Isto não é só uma agressão da qual são vítimas”, faz notar Carla Machado. “Mas é verdade que as raparigas parecem acreditar mais que o ‘verdadeiro amor’ sobrevive a tudo e que vão ser capazes de mudar um parceiro abusivo. Claro que isto as pode levar a tolerar, desculpar e permanecer mais tempo em relações abusivas.”
“Há uma elevada violência contra as mulheres adultas, mas entre os adolescentes esta é biunívoca, ou seja, são agressivos uns com os outros”, confirma Maria Neto Leitão, professora na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra e coordenadora do projecto Usar e Ser Laço Branco. “Se eu já sentia, da minha experiência, que a violência tinha um enorme peso na vida das mulheres, apercebi-me de que era um problema tão grave que exigia prevenção entre as mais novas.”
Os grandes problemas são culturais pois “Continua a ser uma forma de afirmação social ter namorado”, confirma Maria Neto Leitão. “Tentamos mostrar-lhes que não têm de ter um namorado para se sentirem valorizadas mas é uma tarefa muito difícil, elas preferem ter um mau namorado a não ter namorado nenhum!”
“Os homens também são vítimas disto tudo, e estas não são relações dentro das quais eles se sintam bem”, defende Maria Neto Leitão. “Socialmente, são obrigados a desempenhar um papel que não os satisfaz, mas não têm outro! Eles comportam-se da maneira que acham que lhes é exigida. Tentamos no nosso projecto mostrar aos rapazes que, para serem homens, não têm de ser violentos. E ao recusar a violência, serão mais felizes. O problema é que mesmo as mulheres esperam deles que sejam violentos. É fundamental apresentar novos modelos de masculinidade aos jovens, ou eles vão continuar a pensar que não ser isto é ser homossexual. E no contexto de homofobia em que vivemos, eles preferem tudo menos serem homossexuais!”
Por violência não se entende apenas murros e pontapés, a forma mais comum é a violência emocional (insultos, humilhações públicas, ameaças, tentativas de controlo).
No namoro, a vítima interpreta esses actos de violência como ciúme, minimizando o episódio, acreditando que as coisas mudarão se o seu comportamento se adequar à situação. Os pedidos de desculpa que geralmente se seguem acentuam essa ilusão mas a violência alimenta-se dessa credulidade e intensifica-se no futuro.
Numa relação saudável ninguém manda no outro e ambos mostram afecto, respeito e apoio mútuo. É normal que entre um casal de namorados surjam conflitos mas é importante diferenciá-los das situações de violência. Os conflitos surgem em diversas ocasiões e resolvem-se através do diálogo e da procura conjunta de soluções. Não há que temer os conflitos, pois eles ajudam a construir uma relação saudável a dois.
Numa situação de violência, um dos membros do casal tenta exercer poder e controlo sobre o outro, não respeitando as suas ideias e opiniões. Ao princípio, quando ele/a apresenta um comportamento violento, pensa-se que teve um “mau dia”, que tem problemas com os pais ou na escola…mas que continua a gostar de nós, apesar de nos tratar mal!
Estes problemas costumam prolongar-se indefinidamente e piorar com o tempo. Devemos manter-nos alerta!
Muitas vezes aceitamos estar em relações violentas (e também toleramos que elas ocorram entre outros casais de namorados), porque acreditamos em certas “crenças e mitos”, que condicionam os nossos comportamentos e escolhas, apesar de não corresponderem à realidade.
Mas o que podem fazer pais e educadores para evitar esta situação? “Podem educar os filhos para serem assertivos e terem consciência dos seus direitos. Podem enfatizar a ideia de que o respeito faz parte integrante do amor.”
“Tudo passa por estar atento e mostrar disponibilidade para ouvir o adolescente e para o perceber”, explica Maria Neto Leitão. “Isto é um assunto muito ligado à sexualidade, e quando não desenvolvemos este trabalho desde a infância, na adolescência a situação pode complicar-se."
Tal como no casamento, também no namoro o medo da vítima é frequentemente um aliado do agressor. O receio de perseguições e retaliações acaba por levá-la a render-se ao domínio do namorado/a. No entanto, é importantíssimo que se saiba que há apoio disponível para quem o desejar, nomeadamente através de:

Linha de Emergência Nacional
Serviço de apoio gratuito, através do número 144 – 24 horas por dia. Proporciona alojamento de emergência e encaminha para recursos na comunidade

Linha Telefónica de Informação às Vítimas de Violência Doméstica
Serviço de informação, anónimo, confidencial e gratuito, através do número 800 202 148 - 24 horas por dia

APAV – Associação Portuguesa de Apoio à Vítima
Disponibiliza apoio emocional, jurídico, psicológico e social a quem é vítima de crime e a seus familiares, através do número 707 200 077

GOSTAR NÃO É CONTROLAR E CIÚMES NÃO SÃO AMOR!
QUEM AMA CONFIA E RESPEITA!
DIZ NÃO HÁ VIOLÊNCIA NO NAMORO!

12 de dezembro de 2010

Preservativo em 2010

O PPES vem aqui dar a conhecer um blogue sobre uma importante temática: o preservativo e a sua correcta utilização, bem como a sua história ao longo dos tempos.
O bloque, criado no âmbito de um trabalho realizado para a disciplina de Área Projecto, é da autoria das alunas Filipa, Etelvina, Irís e Sara da turma D do 9ºano da Escola secundária de Amora e tem como objectivo disponibilizar de forma permanente informação sobre o preservativo.
Nas diversas entradas pode-se conhecer os diversos tipos de preservativo, a forma correcta de os utilizar, bem como as vantagens da sua utilização. 
Visite este bloque no endereço http://preservativo2010.blogspot.com e deixe o seu comentário!

Alteração das instalações do PPES

Caros amigos,
a equipa do PPES lamenta o atraso na entrada em funcionamento das nossas instalações, que tem impedido um contacto mais directo com a comunidade escolar.
Ainda que por razões a que somos totalmente alheios, fomos forçados a alterar o nosso gabinete de atendimento para uma localização menos conveniente e certamente muito menos visível para todos.
Por esse motivo, fica aqui registada a nova localização das nossas instalações, que esperamos estejam adequadas a um funcionamento pleno no início do segundo período, ainda que mais uma vez isso não esteja nas mãos dos membros da equipa.
Recordamos mais uma vez que para qualquer esclarecimento, pedido de ajuda ou sugestão podem sempre deixar neste bloque um comentário ou enviar um email para o endereço esasaudavel@gmail.com
A todos os que neste primeiro (e atribulado) período connosco colaboraram, fica o nosso muito obrigado.

1 de dezembro de 2010

Criminalizar o ódio, não o HIV

Dia Mundial de Luta Contra a SIDA

Comemora-se a 1 de Dezembro o Dia Mundial da Luta contra a SIDA. Nesta data todo o mundo relembra o que não é demais reforçar: a síndrome da imunodeficiência adquirida humana já infectou muitos milhões de pessoas, tendo outros tantos já falecido.
O número de mortes provocado pela síndrome em todo o Mundo seria suficiente para dizimar toda a população portuguesa, um número que dá que pensar num momento em que esta epidemia continua a fazer vítimas.
Acredita-se que cerca de 40 milhões de crianças possam neste momento ter perdido um ou mesmo os dois progenitores por doenças associadas à SIDA.
Sendo o contacto sexual a principal forma de transmissão da doença as campanhas de sensibilização e luta contra a sida incidirão este ano uma vez mais nos cuidados e precauções a ter para prevenir o contacto.
Dado também que há uma enorme comunidade de toxicodependentes infectados a mensagem dirige-se também a este público.
Assim, o PPES aproveita esta data para esclarecer, de forma breve, algumas das questões mais frequentes sobre a SIDA e o VIH. Para qualquer esclarecimento adicional, não esqueça, envie um email para o endereço esasaudavel@gmail.com.
O vírus da Imunodeficiência Humana (VIH) ao entrar no organismo desloca-se para o sangue, onde começa a dividir-se, atacando o sistema imunitário e destruindo as células defensoras do organismo.
Por essa razão, deixa a pessoa infectada (seropositiva) debilitada e sensível a doenças oportunistas, que não afectam as pessoas cujo sistema imunológico funciona convenientemente. Também podem surgir alguns tipos de tumores (cancros).
A SIDA é uma síndrome, ou seja, de um conjunto de sintomas e sinais que não dizem respeito apenas a uma doença.
A infecção com o VIH tem 4 fases: primeiro há período de infecção aguda, cerca de um mês após o contágio, no qual o seropositivo é afectado por sintomas semelhantes aos da gripe e cuja causa normalmente passa despercebida a doentes e médicos.
Segue-se um período que pode durar 10 a 15 anos, no qual, embora o vírus se continue a multiplicar, o seropositivo não apresenta quaisquer sintomas pois, apesar de o vírus continuar a matar as células de defesa, o organismo consegue substituí-las.
A terceira fase da doença, em que o organismo já não consegue repor completamente a quantidade de células de defesa mortas pelo vírus, caracteriza-se por sintomas como emagrecimento, suores nocturnos, diarreia prolongada e febre.
A quarta fase, em que o seropositivo passa a ter SIDA, ocorre quando a contagem de células de defesa é muito baixa ou quando se tem outra doença indicadora de um estado de imunidade muito fraca.
O diagnóstico faz-se a partir de análises sanguíneas para detectar a presença de anticorpos ao VIH. Estes anticorpos são detectados, normalmente, apenas três a quatro semanas após a fase aguda, não podendo haver uma certeza absoluta sobre os resultados nos primeiros três meses após o contágio.
As primeiras análises a um infectado podem dar um resultado negativo se o contágio foi recente, por isso os testes devem ser repetidos quatro a seis semanas e três meses após a primeira análise.
O período em que a pessoa está infectada, mas não lhe são detectados anticorpos, chama-se período de janela. Com os testes actualmente disponíveis é possível detectar a infecção mais cedo e reduzir este período de janela para 3 a 4 semanas.
No distrito de Setúbal, a rede de Centros de Aconselhamento e Detecção Precoce do VIH/SIDA (vulgarmente conhecidos por CAD) inclui as unidades localizadas no Centro de Saúde do Bonfim, Praça do Brasil, nº 14 1º DTO, 2900 Setúbal (Tel: 265 548 185 aberto às 3ª feiras, das 16h às 19h e 5ª feiras, das 9h às 12h), no Centro de Saúde de Almada, Rua Luís António Verney - nº 35 Cova da Piedade (Tel: 21 2721630/5/6 aberto às 2ª feiras, das 9h às 12h e 5ª feiras, das 16h às 19h) e Moita - Arco Ribeirinho, Largo Dr. Joaquim Marques Elias, 2860-418 Moita (Telf. 212806460 aberto 2ª feiras das 9h às 13h30). Nos CAD pode-se realizar, de forma totalmente gratuita, anónima e com o devido apoio psicológico de pessoal especializado, o teste de despistagem do VIH/SIDA.
Se tem dúvidas sobre a possibilidade de estar infectado, ligue para a Linha SIDA 800 266 666, diriga-se ao seu médico assistente ou a um CAD da Rede Nacional, lembre-se: Só há uma maneira de saber. Faça o Teste!
A transmissão do VIH pode acontecer de três formas: relações sexuais desprotegidas, contacto com sangue infectado e de mãe para filho, durante a gravidez ou o parto e pela amamentação.
A infecção ocorre através de contacto com sangue, sémen, fluidos vaginais, leite materno e fluidos pré-ejaculatórios dos seropositivos.
O VIH não se transmite pelo ar nem penetra no organismo através da pele, precisando de uma ferida ou de um corte para penetrar no organismo.
A forma mais perigosa de transmissão é através de uma seringa com sangue contaminado, já que o vírus entra directamente na corrente sanguínea.
A transmissão por via sexual nas relações heterossexuais é mais comum do homem para a mulher, do que o contrário, porque o sémen é mais virulento do que os fluidos vaginais.
O contágio pode ocorrer em todos os tipos de relação sexual, seja vaginal, anal ou oral, já que as secreções vaginais ou esperma, mesmo que não entrem no organismo, podem facilmente contactar com pequenas feridas e cortes existentes na vagina, ânus, pénis e boca. As relações sexuais com mais riscos são as anais.
De mãe para filho, o vírus pode ser transmitido durante a gravidez, o parto ou, ainda, através da amamentação.
O VIH pode encontrar-se nas lágrimas, no suor e na saliva de uma pessoa infectada, contudo, a quantidade de vírus é demasiado pequena para conseguir transmitir a infecção.
É durante a fase aguda da infecção que existe maior perigo de contágio, devido à quantidade elevada de vírus no sangue.
Actualmente, a transmissão por transfusão de sangue ou de produtos derivados do sangue apresenta poucos riscos, uma vez que são feitos testes a todos os dadores.
Crucial na prevenção da infecção pelo VIH é a utilização de preservativo em qualquer tipo de contacto sexual, não partilhar agulhas, seringas, material usado na preparação de drogas injectáveis e objectos cortantes (agulhas de acupunctura, instrumentos para fazer tatuagens e piercings, de cabeleireiro, manicura, etc.).
Além dos preservativos comuns, vendidos em farmácias e supermercados, existem outros, menos vulgares, que podem ser utilizados como protecção durante as mais diversas práticas sexuais.
É, também, preciso ter atenção à utilização de objectos, uma vez que, se estiverem em contacto com sémen, fluidos vaginais e sangue infectados, podem transmitir o vírus.
O número de doentes infectados pela epidemia de SIDA diminuiu 19% em 2009, o que acontece pela primeira vez desde 1999.
A conclusão encontra-se no “Relatório Global da ONU - SIDA - Epidemia de SIDA”, que revela ainda que em 2009 registava-se 2,6 milhões de pessoas infectadas com HIV, enquanto que em 1999 aquele valor era de 3,1 milhões de pessoas.
Todavia, o objectivo ainda não foi alcançado: continuar a intervir contra a descriminação que envolve a doença, pela diminuição do número de infecções por HIV e eliminar as mortes relacionadas com a Sida continua a ser a meta.
A aposta nas medidas de prevenção, nos tratamentos e nos cuidados de apoio mantêm-se como a grande aposta dos envolvidos.
Por altura da comemoração do dia Mundial de Luta contra a SIDA, que se assinala a 1 de Dezembro, os números começam a ser encorajadores: um aspecto optimista é o facto de 5,2 milhões de pessoas, das cerca de 15 milhões que necessitam de tratamento anti-retroviral, e que vivem em países de rendimento baixo ou intermédio, terem nos dias que correm acesso a medidas terapêuticas.