1 de dezembro de 2010

Dia Mundial de Luta Contra a SIDA

Comemora-se a 1 de Dezembro o Dia Mundial da Luta contra a SIDA. Nesta data todo o mundo relembra o que não é demais reforçar: a síndrome da imunodeficiência adquirida humana já infectou muitos milhões de pessoas, tendo outros tantos já falecido.
O número de mortes provocado pela síndrome em todo o Mundo seria suficiente para dizimar toda a população portuguesa, um número que dá que pensar num momento em que esta epidemia continua a fazer vítimas.
Acredita-se que cerca de 40 milhões de crianças possam neste momento ter perdido um ou mesmo os dois progenitores por doenças associadas à SIDA.
Sendo o contacto sexual a principal forma de transmissão da doença as campanhas de sensibilização e luta contra a sida incidirão este ano uma vez mais nos cuidados e precauções a ter para prevenir o contacto.
Dado também que há uma enorme comunidade de toxicodependentes infectados a mensagem dirige-se também a este público.
Assim, o PPES aproveita esta data para esclarecer, de forma breve, algumas das questões mais frequentes sobre a SIDA e o VIH. Para qualquer esclarecimento adicional, não esqueça, envie um email para o endereço esasaudavel@gmail.com.
O vírus da Imunodeficiência Humana (VIH) ao entrar no organismo desloca-se para o sangue, onde começa a dividir-se, atacando o sistema imunitário e destruindo as células defensoras do organismo.
Por essa razão, deixa a pessoa infectada (seropositiva) debilitada e sensível a doenças oportunistas, que não afectam as pessoas cujo sistema imunológico funciona convenientemente. Também podem surgir alguns tipos de tumores (cancros).
A SIDA é uma síndrome, ou seja, de um conjunto de sintomas e sinais que não dizem respeito apenas a uma doença.
A infecção com o VIH tem 4 fases: primeiro há período de infecção aguda, cerca de um mês após o contágio, no qual o seropositivo é afectado por sintomas semelhantes aos da gripe e cuja causa normalmente passa despercebida a doentes e médicos.
Segue-se um período que pode durar 10 a 15 anos, no qual, embora o vírus se continue a multiplicar, o seropositivo não apresenta quaisquer sintomas pois, apesar de o vírus continuar a matar as células de defesa, o organismo consegue substituí-las.
A terceira fase da doença, em que o organismo já não consegue repor completamente a quantidade de células de defesa mortas pelo vírus, caracteriza-se por sintomas como emagrecimento, suores nocturnos, diarreia prolongada e febre.
A quarta fase, em que o seropositivo passa a ter SIDA, ocorre quando a contagem de células de defesa é muito baixa ou quando se tem outra doença indicadora de um estado de imunidade muito fraca.
O diagnóstico faz-se a partir de análises sanguíneas para detectar a presença de anticorpos ao VIH. Estes anticorpos são detectados, normalmente, apenas três a quatro semanas após a fase aguda, não podendo haver uma certeza absoluta sobre os resultados nos primeiros três meses após o contágio.
As primeiras análises a um infectado podem dar um resultado negativo se o contágio foi recente, por isso os testes devem ser repetidos quatro a seis semanas e três meses após a primeira análise.
O período em que a pessoa está infectada, mas não lhe são detectados anticorpos, chama-se período de janela. Com os testes actualmente disponíveis é possível detectar a infecção mais cedo e reduzir este período de janela para 3 a 4 semanas.
No distrito de Setúbal, a rede de Centros de Aconselhamento e Detecção Precoce do VIH/SIDA (vulgarmente conhecidos por CAD) inclui as unidades localizadas no Centro de Saúde do Bonfim, Praça do Brasil, nº 14 1º DTO, 2900 Setúbal (Tel: 265 548 185 aberto às 3ª feiras, das 16h às 19h e 5ª feiras, das 9h às 12h), no Centro de Saúde de Almada, Rua Luís António Verney - nº 35 Cova da Piedade (Tel: 21 2721630/5/6 aberto às 2ª feiras, das 9h às 12h e 5ª feiras, das 16h às 19h) e Moita - Arco Ribeirinho, Largo Dr. Joaquim Marques Elias, 2860-418 Moita (Telf. 212806460 aberto 2ª feiras das 9h às 13h30). Nos CAD pode-se realizar, de forma totalmente gratuita, anónima e com o devido apoio psicológico de pessoal especializado, o teste de despistagem do VIH/SIDA.
Se tem dúvidas sobre a possibilidade de estar infectado, ligue para a Linha SIDA 800 266 666, diriga-se ao seu médico assistente ou a um CAD da Rede Nacional, lembre-se: Só há uma maneira de saber. Faça o Teste!
A transmissão do VIH pode acontecer de três formas: relações sexuais desprotegidas, contacto com sangue infectado e de mãe para filho, durante a gravidez ou o parto e pela amamentação.
A infecção ocorre através de contacto com sangue, sémen, fluidos vaginais, leite materno e fluidos pré-ejaculatórios dos seropositivos.
O VIH não se transmite pelo ar nem penetra no organismo através da pele, precisando de uma ferida ou de um corte para penetrar no organismo.
A forma mais perigosa de transmissão é através de uma seringa com sangue contaminado, já que o vírus entra directamente na corrente sanguínea.
A transmissão por via sexual nas relações heterossexuais é mais comum do homem para a mulher, do que o contrário, porque o sémen é mais virulento do que os fluidos vaginais.
O contágio pode ocorrer em todos os tipos de relação sexual, seja vaginal, anal ou oral, já que as secreções vaginais ou esperma, mesmo que não entrem no organismo, podem facilmente contactar com pequenas feridas e cortes existentes na vagina, ânus, pénis e boca. As relações sexuais com mais riscos são as anais.
De mãe para filho, o vírus pode ser transmitido durante a gravidez, o parto ou, ainda, através da amamentação.
O VIH pode encontrar-se nas lágrimas, no suor e na saliva de uma pessoa infectada, contudo, a quantidade de vírus é demasiado pequena para conseguir transmitir a infecção.
É durante a fase aguda da infecção que existe maior perigo de contágio, devido à quantidade elevada de vírus no sangue.
Actualmente, a transmissão por transfusão de sangue ou de produtos derivados do sangue apresenta poucos riscos, uma vez que são feitos testes a todos os dadores.
Crucial na prevenção da infecção pelo VIH é a utilização de preservativo em qualquer tipo de contacto sexual, não partilhar agulhas, seringas, material usado na preparação de drogas injectáveis e objectos cortantes (agulhas de acupunctura, instrumentos para fazer tatuagens e piercings, de cabeleireiro, manicura, etc.).
Além dos preservativos comuns, vendidos em farmácias e supermercados, existem outros, menos vulgares, que podem ser utilizados como protecção durante as mais diversas práticas sexuais.
É, também, preciso ter atenção à utilização de objectos, uma vez que, se estiverem em contacto com sémen, fluidos vaginais e sangue infectados, podem transmitir o vírus.
O número de doentes infectados pela epidemia de SIDA diminuiu 19% em 2009, o que acontece pela primeira vez desde 1999.
A conclusão encontra-se no “Relatório Global da ONU - SIDA - Epidemia de SIDA”, que revela ainda que em 2009 registava-se 2,6 milhões de pessoas infectadas com HIV, enquanto que em 1999 aquele valor era de 3,1 milhões de pessoas.
Todavia, o objectivo ainda não foi alcançado: continuar a intervir contra a descriminação que envolve a doença, pela diminuição do número de infecções por HIV e eliminar as mortes relacionadas com a Sida continua a ser a meta.
A aposta nas medidas de prevenção, nos tratamentos e nos cuidados de apoio mantêm-se como a grande aposta dos envolvidos.
Por altura da comemoração do dia Mundial de Luta contra a SIDA, que se assinala a 1 de Dezembro, os números começam a ser encorajadores: um aspecto optimista é o facto de 5,2 milhões de pessoas, das cerca de 15 milhões que necessitam de tratamento anti-retroviral, e que vivem em países de rendimento baixo ou intermédio, terem nos dias que correm acesso a medidas terapêuticas.

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