1 de outubro de 2010

Dia Mundial do Vegetarianismo

Hoje é o Dia Mundial do Vegetarianismo, que lança também o Mês Mundial de Consciencialização para o Vegetarianismo.
Já estamos habituados a ler sobre como o consumo de produtos animais é cruel, um argumento importante para quem é defensor dos direitos do animais, mas será essa a razão mais importante para reduzir a quantidade de carne que consumimos?
Para o cidadão médio, os direitos dos animais provavelmente estarão bem abaixo na lista, até porque há outro tipo de razão, como os impactos ambientais negativos da produção, embalagem e transporte da enorme quantidade de carne que o Homem consome. Será que queremos salvar os animais apenas para os condenar a viver num planeta moribundo?
Eis algumas razões ambientais para comer menos carne e obter um planeta mais saudável:
1. Desperdício de recursos
Estamos a caminho de uma crise energética global. Os combustíveis fósseis não são apenas sujos e perigosos, estão a desaparecer. Segundo os estudos mais recentes, a produção de proteína animal para consumo humano exige enormes gastos de combustíveis fósseis, cerca de oito vezes mais que a produção da mesma quantidade de proteína vegetal.
A indústria da carne também está a esgotar a água potável do planeta, pois em todo o mundo está a desviar-se cada vez mais água para criar porcos e galinhas em vez de para a produção de vegetais de consumo directo.
2. Espécies ameaçadas
A criação de campos de pastagem para o gado para consumo humano contribuiu, só nos Estados Unidos, para 26% das espécies ameaçadas de extinção de que há registo.
Um estudo da Universidade da Califórnia estima que cada hamburguer obtido com carne de gado criado em pastagens que foram em tempos floresta tropical causou a destruição de 20 a 30 espécies vegetais, 100 espécies de insectos e dúzias de aves, mamíferos e répteis. Com quilómetros de florestas tropicais a serem abatidos todos os dias, é óbvio que estas estatísticas só podem piorar.
3. Alterações climáticas
Em 2006 as Nações Unidas publicaram um relatório que revelou que a criação de animais para alimentação humana gera mais gases de efeito de estufa do que todos os veículos motorizados existentes no mundo e não apenas porque as vacas arrotam e ...
Quantidades monumentais de estrume, muitas vezes contaminado com produtos químicos e doenças, desflorestação para pastagens, fertilizantes sintéticos usados na produção de rações e os gases de efeito de estufa emitidos pelos meios de transporte, processamento e refrigeração da carne, contribuem para as alterações climáticas que se vão sentindo por todo o mundo.
Segundo um estudo de 2006 realizado na Universidade de Chicago, uma dieta vegetariana reduz as emissões do equivalente a 1,5 toneladas de CO2 por ano, mais do que a tonelada de CO2 que se poupa ao mudar para um carro híbrido.
Por isso, se não tem dinheiro para comprar um carro eléctrico ou não tem coragem de passar a andar só de bicicleta, pode ter um impacto muito superior simplesmente por passar ao lado da banca do talho.
Depois de muitas décadas a comer carne, a ideia de a eliminar completamente da dieta não deve ser muito entusiasmante mas não há pressa: vá comendo menos carne, a um ritmo que lhe seja confortável, senão nunca funcionará.
Experimente a proposta da campanha Meatless Monday, uma iniciativa internacional que tem como objectivo ajudar as pessoas a abdicar da carne um dia por semana. O seu site na Internet fornece receitas, ferramentas e informação nutricional, bem como muitas sugestões, tudo para nos ajudar a sobreviver (e ser feliz) sem carne. 

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